domingo, 23 de outubro de 2011

AS TIJOLADAS DA VIDA...



Um jovem e bem sucedido executivo, depois de ter conquistado o seu maior sonho de consumo, que era possuir uma Ferrari, dirigia-a prazerosamente pelas ruas da cidade. Aquela máquina era um espetáculo e estar ali dentro, atrás daquele volante e painel, era como se estivesse em um cockpit de uma fórmula-1. Apesar da potência do carro, ele ia com todo cuidado, afinal, estava em uma área urbana, mas tão logo deparou-se com uma grande reta (que liga um bairro a outro), pisou fundo...

De repente, uma lajota espatifou-se na porta lateral direita do veículo e fez um estardalhaço. Ele freou bruscamente e em seguida deu ré até ao local de onde presumira ter vindo aquele objeto. Saltou então do carro e viu uma criança de uns dez anos que procurava disfarçar-se. O executivo avançou em direção ao menino e bruscamente o agarrou pelo braço, enquanto gritava:

- Por que você fez isso? Você é louco? O que tem nessa sua cabeça?

Este é um carro novo e caro. Aquele tijolo que você atirou vai me custar muito dinheiro. Por que você fez isto? Vai, fala!!!

- Por favor senhor! (disse o menino), me desculpe, eu não sabia mais o que fazer! Ninguém até então se dispôs a parar e a me atender aqui nesse lugar, e por aqui só passam pessoas de carros, e nenhum pedestre além de mim...

Enquanto tentava se explicar, lágrimas escorriam pelo rosto do garoto, então, ele apontando o dedo indicador na direção de um precipício às margens da pista, disse:

- Meu irmão está lá!. Eu vinha empurrado sua cadeira e quando chegou nessa ladeira, não consegui mais controlar o peso e ela caiu junto com ele naquele buraco, e eu não consigo levantá-lo.

O Soluço interrompeu-o por um instante, e em seguida perguntou ao executivo:

- O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim.

Movido internamente por um sentimento que ia muito além das palavras, o jovem motorista engoliu em seco “um imenso nó”, e sem perder tempo, foi até onde estava o outro menino. Com cuidado, desceu e pegou em seu colo o jovenzinho e o levou até a um lugar seguro, em seguida, foi em busca da sua cadeira de rodas. Depois disso, tirou o seu lenço e limpou as feridas e arranhões do garoto, e colocou todos em seu carro (os irmãos e a cadeira) e fez questão de levá-los até onde eles moram...

- Obrigado moço! (disse o primeiro menino), que Deus possa abençoá-lo e te faça ganhar muito dinheiro, dinheiro em dobro, para que você possa consertar a porta que eu amassei, com aquele bendito tijolo

O homem sorriu, abraçou-o e se despediu, foi um longo caminho até chegar de volta para a Ferrari, um longo e lento caminho...

Ele fez questão de nunca mais consertar a porta danificada, tinha condições pra isso, mas preferiu deixá-la amassada, aquela era um marca muito especial para lembrá-lo de que não se deve ir tão rápido pela vida, era um sinal para mostrá-lo que sempre há alguém que às vezes têm que atirar um tijolo para obter um pouquinho da sua (e da nossa) atenção...

Deus sussurra em nossas almas e fala mansamente aos nossos corações, mas às vezes, quando a gente nunca se dá um tempo para ouvi-Lo, e que nos ocupamos apenas dos nossos sonhos e planos, Ele então permite que pelas tijoladas da vida, sejamos obrigados a PARAR, e a REFLETIR.

“Como é feliz aquele que se interessa pelo pobre!” (Salmo 41:1)


Cícero Volney

sábado, 8 de outubro de 2011

Homenagem as Crianças: Antes que cresçam


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Há um período na vida em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos - é que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados...

Crescem sem pedir licença à vida; Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente. Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira e naturalidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela sua criatura.

Onde é que andou crescendo aquele pedaço de você e que você nem percebeu? Cadê a sua pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme (tão pequetitinho) do maternal?

As crianças estão crescendo num ritual de obediência orgânica e de desobediência civil. E você está agora ali, na porta do shopping, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça... 

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o vocabulário propício da sua geração.

Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, da violência e da ditadura das horas. E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com os nossos acertos e erros: principalmente com os erros, que esperávamos tanto que eles não se repetissem...

Há realmente um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos seus filhos vivíssimos: Não mais os pegaremos nas portas dos cinemas e das festas, passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.

Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando a pureza entre os lençóis da infância, e quando chegassem a pré-adolescência e a adolescência, continuássemos a ir em seus quartos cheios de adesivos, posters, agendas coloridas, internet e CDs ensurdecedores...

Na verdade, não os levamos suficientemente ao playcenters, não lhes demos suficientes batatas-fritas e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado. E eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso estoque de afeto.

No princípio, iam à praia com a gente entre embrulhos, bolachas, farofas, engarrafamentos, e haviam as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de balas, chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e as primeiras paqueras.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas algazarras.

Chega o momento em que só nos resta torcer e orar muito para que eles acertem nas escolhas em busca da sua (e por tabela, da nossa) felicidade, e que a conquistem do modo mais completo possível.

O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos, e o neto é a hora do carinho ocioso e estocado, que não exercemos nos próprios filhos e que não podemos deixar morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Sim, os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso tão intenso afeto...

Epa! Epa! Calma ai... deixem os netos pra depois, afinal, nossos filhos ainda estão ai, e, antes que eles cresçam, precisamos fazer alguma coisa.

Temos um privilégio que o mundo não tem, pois criamos nossos filhos no caminho do Senhor, e por isso podemos acompanhá-los de perto, na Casa de Deus, no mesmo ambiente em que temos prazer em estar e vendo-os tomar gosto por todas as atividades que lhes são apresentadas... O sábio ensinamento Bíblico diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22: 6) Mas só o fato de levá-los à igreja é o suficiente? Não! Ensiná-los a andar e a prosseguir nesse caminho tem que partir do nosso próprio exemplo, da nossa forma como servimos e adoramos a Deus, pois somos sem dúvida nenhuma, o seu mais fiel espelho. 

Que o Senhor abençoe as nossas crianças, abundantemente...

Adaptação do texto de:
Affonso Romano de Sant"Anna


Silvana Lacerda

É hoje! Não vá esquecer!


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Nada na vida nos acontece em vão ou por acaso... tudo tem um propósito e uma razão de ser, e Deus está no controle de tudo. Confie! Ele está no comando de tudo... 

Imagine a cena: a pessoa acorda de manhã e ao abrir os olhos, dá de cara com um lindo pacote de presente... Imediatamente (antes mesmo de lavar o rosto e escovar os dentes), ela rasgaria o embrulho e abriria a caixa, curiosa e ansiosa em ver o que há lá dentro... Acontece que, o que ela encontrou ali não lhe satisfez as expectativas (é algo de que não a atraiu muito), então ela guarda a caixa em algum canto, até que possa pensar em alguma coisa a fazer com aquilo que ganhou, mas que lhe é aparentemente “inútil”. 

Ai, no dia seguinte, lá está outro pacote... Mais uma vez, ligeiramente a pessoa o abre, e dessa vez encontra algo do qual gosta muito...Quem sabe é uma lembrança de alguém distante, ou uma roupa que ela tenha admirado na vitrine, pode ser também a chave de um carro novo, ou aquele casaco pra os dias frios que se aproximam, ou ainda, um simples e singelo buquê de flores de alguém especial que se lembrou dela... 

E essa mesma cena, acontece todos os dias, não só com essa pessoa, mas com todos nós... e todos os dias, sem que percebamos, ao nos acordarmos, lá está, à nossa frente, uma caixa de presente enviada por Deus... Sim, um pacote especialmente para cada um de nós... Dentro dele, encontraremos um “DIA” inteirinho para usarmos da melhor forma possível! 

Às vezes ele vem cheio de problemas, de coisas difíceis que não conseguimos resolver, de tristezas, de decepções, de lágrimas... Mas outras vezes, ele vem cheio de surpresas boas, de alegrias, de vitórias, de conquistas... Todavia, o que é mais importante, é que todos os dias, Deus embrulha para nós (enquanto dormimos), com todo o carinho o nosso presente, que é o dia que vai nascer... Ele ornamenta com raios de sol, ou mesmo com gotas frias de orvalho... 

Não nos importa o que esteja por vir... a esse dia, ao acordarmos, chamamos “PRESENTE”, pois ele é uma dádiva de Deus para nós... 

Nem sempre nos é mandado o que esperamos ou o que queremos, mas o que Ele manda é sempre o melhor (melhor do que merecemos e bem melhor do que precisamos). Abra o seu Presente todos os dias ao raiar de uma nova manhã e não esqueça em agradecer a quem Lhe enviou o renovo da vida. Não se importe com o vem dentro do pacote, pois sem dúvidas nenhuma, Ele jamais se enganaria na remessa enviada; 

Bem, e se o que você queria, não veio hoje, peça com e fé e aguarde... Abra o de amanhã com muito mais carinho, pois a qualquer momento, numa dessas manhãs, os sonhos e os planos de Deus pra sua vida chegarão, e chegarão devidamente embrulhadinhos para o seu Presente... 

Lembre-se: Deus não atende as nossas vontades, e sim, as nossas necessidades. 


Silvana Lacerda